Busca por qualidade de vida movimenta mercado de chácaras

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Nos últimos dois anos, os negócios fechados no setor, seja para morar ou para lazer, cresceram cerca de 30%

Verdadeiros recantos para quem busca sossego e um contato mais próximo com a natureza, seja para lazer ou residência, as chácaras movimentam um mercado discreto, mas bastante ativo no setor imobiliário. Cláudia Rejane de Patrocínio, corretora de imóveis da Venturi Consultoria Imobiliária, estima que o número de negócios fechados cresceu cerca de 30% nos últimos dois anos, estimulado principalmente pela procura de locais para fugir da correria, do trânsito e do barulho frenético das cidades.

Embora o volume de vendas seja inferior ao dos imóveis urbanos, esses espaços também foram influenciados pelo boom do mercado, avalia o diretor da Corteze Imóveis, Claudinei Ribeiro Corteze. "Além do crescimento do setor, o conceito de ecologia, que faz com que as pessoas se sintam bem em áreas verdes, aumentou a procura e reajustou o preço da oferta", acrescenta.

A maior procura pelas chácaras incentivou a valorização dos lotes. Os especialistas dizem que o ajuste nos preços nos últimos dois anos ficou na faixa dos 25%. "Em algumas regiões, essa valorização atingiu 80% desde 2009", diz Corteze.

A região onde está localizada a propriedade é um dos principais fatores que interferem no valor de uma chácara. Os municípios da Região Metropolitana de Curitiba, como São José dos Pinhais, Araucária, Tijucas do Sul, Colombo, Campo Largo e Mandirituba, estão entre os destinos preferidos dos compradores. "As áreas mais próximas a Curitiba, num raio de até 50 quilômetros, são mais procuradas pela facilidade e rapidez de acesso", diz Maria Farias de Freitas, auxiliar administrativa da Só Chácaras, imobiliária especializada.

O tamanho do terreno, a facilidade ou dificuldade de acesso devido ao estado das rodovias e estradas rurais - ou até mesmo a falta delas -, a limpeza e a topografia do terreno são outros atributos que influenciam o preço de um lote. "A presença de água, seja de poço ou de lago para pesca, de árvores frutíferas e de animais também são atrativos que valorizam o imóvel", acrescenta Cláudia.

Preços

A boa notícia para quem deseja adquirir uma chácara, para morar ou para lazer, é que há perfis e valores de imóveis para todos os gostos e bolsos. Com investimentos a partir de R$ 40 mil, em média, é possível adquirir uma área em Tijucas do Sul, por exemplo. "Os preços máximos podem passar da casa do milhão", conta Maria.

A variação do preço depende da qualidade do imóvel. Os lotes "vazios", sem nenhum tipo de benfeitoria, como cercas, por exemplo, têm preços a partir de R$ 5 o metro quadrado, mas exigem investimentos extras para construir a casa e deixar o imóvel pronto para uso. Já os terrenos mais estruturados, com acessos e pomar, custam cerca de R$ 20 o m². "O preço sobe para R$ 70 e pode chegar a R$ 150 o metro quadrado para as chácaras que contam com casas construídas e outras benfeitorias, como piscina", explica Cláudia.

Espaços demandam cuidados

O desejo de adquirir uma área rural, para ter um espaço de lazer ou moradia mais próximo à natureza, faz com que muitos compradores se esqueçam de que esses espaços demandam cuidados periódicos.

A contratação de um caseiro para cuidar dos animais e da conservação do lote, por exemplo, exige investimentos extras . "Para áreas acima de um alqueire, é recomendável a contratação deste profissional. às vezes as pessoas compram na empolgação e se esquecem desses detalhes", explica Cláudia Rejane de Patrocínio, corretora da Venturi Consultoria Imobiliária.

Com relação à segurança, muitos compradores optam pela aquisição de áreas menores em condomínios de chácaras. Esses empreendimentos têm portões e funcionários responsáveis pela manutenção das áreas comuns. As taxas, nesse caso, são repartidas.

Documentação

Outro ponto é o cuidado com a documentação do imóvel. Claudinei Ribeiro Corteze, diretor da Corteze Imóveis, orienta que os compradores busquem o registro de imóveis da propriedade. "é muito comum o comércio de chácaras sem documentos, apenas com o contrato de compra e venda, e isso pode causar problemas", acrescenta Cláudia.

Fonte: Gazeta do Povo

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