A expansão do mercado de guarda-móveis
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O bilionário americano Sam Zell, um dos maiores investidores imobiliários do mundo, fez fortuna acertando o melhor momento para comprar e vender imóveis em dezenas de países.
Nos Estados Unidos, vendeu sua empresa de prédios comerciais, a Equity Office Properties, por 39 bilhões de dólares no auge da euforia do mercado, em 2007 — pouco depois, o setor enfrentou sua maior crise em décadas.
No Brasil,comprou uma empresa de armazenamento de bens (ou, no popular, "guarda-móveis"), a GuardeAqui. A surpresa se deveu a um fato bastante simples — não havia um mercado estruturado de guarda-móveis no Brasil, além de uns poucos galpões espalhados pelas principais capitais.
Hoje, a empresa de Zell tem 12 armazéns em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais — neles, empresas e indivíduos guardam de tudo, desde móveis e documentos até mercadorias não vendidas. O crescimento de uma pioneira costuma trazer, a reboque, uma nova leva de competidores.
é o que está acontecendo agora nesse segmento: os pequenos querem destronar o maior magnata do mercado imobiliário mundial. A mais agressiva das novatas é a GoodStorage, controlada por dois fundos, o brasileiro HSI e o americano Evergreen. Os fundos investiram 150 milhões de dólares na empresa em dezembro de 2013 e já abriram seis armazéns. Este é um bom momento para comprar terrenos e começar a construir, porque os preços estão mais baixos com a crise. Quem está capitalizado tem uma vantagem", diz Thiago Cordeiro, presidente da companhia.
"Investimos nesse tipo de serviço em outras partes do mundo e vimos que esse mercado é pouco desenvolvido no Brasil, o que é uma oportunidade", diz Tom Conway, diretor da Evergreen no Brasil. Nos Estados Unidos, existe uma média de 70 metros quadrados de depósitos para cada 100 habitantes.
A procura por esses serviços é menor em países emergentes, mas, ainda assim, o Brasil está na lanterna: há apenas 0,2 metro quadrado de depósitos para cada 100 habitantes. Executivos do setor acreditam que, com algum marketing, poderão atrair clientes que costumam usar a casa da praia ou um quartinho no apartamento da sogra para guardar o que usam pouco.
Além disso, com a crise, algumas empresas podem conseguir reduzir custos usando depósitos terceirizados. Hoje, esse é o único segmento do mercado imobiliário que continua em expansão. O faro de Sam Zell continua apurado, pelo visto, mas agora, ele não está mais sozinho.
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